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Pornossublimação: A Nova Estética do Desejo Frustrado | Pornografia e religião é um livro sobre religião, desejo e psicanálise. O primeiro livro desta série "Pornografia & Religião" — intitulado "Religiosidade Pornográfica: o consumo de pornografia entre cristãos e o mórbido silêncio das Igrejas" — nasceu da urgência de romper com uma hipocrisia estrutural: a distância entre o discurso religioso e a realidade vivida dos corpos. Ele investigou, sob prisma neurológico-espiritual, a contradição de um sujeito que, proclamando fé e virtude, recolhe-se à solidão clandestina das telas, consumindo compulsivamente aquilo que sua religião condena. Ali, o foco estava no conflito entre o ideal e o desejo, entre a promessa de transcendência e o grito da carne — entre o altar e a pornografia.

Mas este segundo livro não é apenas uma continuação. Ele é um passo adiante, uma nova escavação nas camadas mais sutis do psiquismo contemporâneo. Se antes falávamos de culpa, repressão e dissociação entre o discurso da fé e os impulsos do corpo, agora o que está em jogo é a própria arquitetura do desejo na era digital. Como se estrutura, afinal, o gozo de um sujeito que, mesmo podendo assistir a tudo, não toca em nada?

É nesse ponto que introduzimos o conceito central desta nova obra: a Pornossublimação.

A pornografia moderna — sobretudo aquela consumida online, em ritmos compulsivos, por meio de algoritmos e interfaces personalizadas — não pode mais ser explicada pelos modelos clássicos de repressão, sublimação ou realização. Ela não é sublimação no sentido freudiano, pois não transforma a energia pulsional em cultura, arte ou ação simbólica; mas também não é mera descarga, pois o alívio fisiológico não resolve o desejo. O que há, então?

Há uma estética da repetição.
Um ritual sem transcendência.
Um simulacro de gozo que nunca chega a ser presença.

Pornossublimação é o nome que damos a esse fenômeno psíquico e cultural em que o desejo, impedido de encontrar o outro real — por medo, por trauma, por frustração, por automatismo —, se satisfaz apenas enquanto representação, mas sem jamais realizar-se de fato. É a masturbação como gesto espectador; o prazer como miragem. O sujeito consome a imagem do que deseja, mas nunca entra na cena.

E isso tem consequências: clínicas, existenciais, afetivas.

O desejo, simulado, perde força; o corpo, sem alteridade, emburrece; a mente, em circuito fechado, repete o mesmo clímax esvaziado, como se implorasse ao próprio vazio que se convertesse em prazer verdadeiro.

Pornossublimação: A Nova Estética do Desejo Frustrado | Pornografia e religião

R$ 115,00Preço
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